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Sobretudo Caminho

Pelo meio do caminho encontrei a veterinária, me juntei aos animais nos cuidados e prevenção de doenças, e assim me apaixonei pela área da Saúde Pública. Foi uma longa trajetória cheia de conflitos e conquistas. Experimentei o trabalho, as frustrações e as incapacidades da vida profissional, as quais me levaram a escolher uma outra direção.

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Pega de surpresa pela pesquisa, ao fazer um curso de especialização em Biossegurança, na Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca/Fiocruz, comecei a estudar o trabalho em frigoríficos. Desse curso saiu um projeto para o mestrado, que continuei no doutorado, estudando a Saúde do Trabalhador nos frigoríficos.

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Foram estudos costurados com emoções difíceis de caracterizar isoladamente, da euforia ao pânico, do contentamento à tristeza. Não só pelo desgaste que é um curso de doutorado, mas pela realidade que encontrei, vi, senti e carrego comigo. Quando a gente vive a Saúde do Trabalhador um outro olhar se abre e não fecha mais.

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O maior trabalho da minha vida, minha tese, “Saúde e Processo de Trabalho em Frigorífico: da Necessidade ao Adoecimento”, não vai parar. Escutei falas de vidas sofridas e marcadas com sangue. Homens e mulheres adoecidos, esquecidos e silenciados, que lutam por melhores condições de trabalho.

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Hoje estudo as letras, dentro de um ex matadouro, Anglo, em Pelotas. Com isso tenho certeza, ainda tenho muito para aprender com esses trabalhadores, ainda tenho muito para escrever. Agora com novas mãos, novas palavras, sujeitos, discursos, linguagem, na UFPEL.

 

Aqui é Gabriela.

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